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Na Crista da Onda

Tudo o que você queria saber ... ou não ...

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sábado, 6 de março de 2021

Dia Internacional da Mulher e a Pandemia Covid-19

Olá pessoas e seus amigos imaginários!

Espero que estejam todos bem! 

Quem diria? 

Um ano de quarentena e temos agora o

Dia Internacional da Mulher.




Eu já fiz vários posts ao longo da história desse blog *colocarei os links no final do texto* sobre a importância e significado dessa data histórica de luta contra a o opressão  do patriarcado e a favor da liberdade e do direito de existir das mulheres.

Eu já fiz post aqui e no meu canal no Youtube (Canal Utopia Cibernética) explicando que o dia 08 de março não é um dia fofo para dar flores e presentinhos para nossas mães, filhas, esposas, avós.



Ele é um marco da luta feminina e foi pavimentado ao longo da luta feminista pelo sacrifício e morte de mulheres. Então é um dia de luta e de reverência pelas heroínas que vieram antes de nós e que construíram os caminhos da nossa liberdade com suas próprias vozes e corpos ao longo da História.







Nós estamos passando por uma situação sem precedentes na história recente da humanidade: "Pandemia da Covid19". 

Eu sei, tá difícil para todo mundo. Mas eu não posso deixar de me perguntar:  

"O que isso quer dizer na vida das mulheres?"

Spoiler alert: Pra variar, não é coisa boa. 

Boa parte das famílias atuais são monoparentais e, normalmente, o chefe da família é uma mulher, seja ela mãe, avó, tia, madrinha ou qualquer outro papel na instituição família. 

E no cenário de desemprego generalizado, as mulheres que estão a frente das suas famílias sentem ainda mais a  pressão de dar conta de tudo. 



Fora isso, a gente viu os números de violência doméstica e feminicídio dispararem com o isolamento social. Além do aumento do número de abusos sexuais e físicos de crianças e adolescentes.



Clique nas Imagens para aumentar


E quanto a produtividade na pandemia? 

É exigido que mulheres produzam tanto quanto os homens sendo que na maior parte das vezes elas acumulam tudo (tarefas domésticas, maternidade, educação dos filhos na quarentena etc) junto com o seu trabalho normal uma vez que a divisão de tarefas ainda não é uma realidade entre as famílias. 

Então temos basicamente: 

Desproteção social, sobrecarga e violência 

Eu queria ter mais esperança, sabe? 

Ser mulher, ter o direito de existir, de viver no seu sentido mais básico, ainda é uma utopia que tem de ser conquistada a duras lutas todos os dias.  E essa luta é e deve ser compartilhada por todas nós pq quando uma mulher sofre, todas nós sofremos. 




Por isso que nossa resistência tem de ser coletiva e diária. 

Ela não pode parar porque conseguimos alcançar alguma conquistas (legais ou sociais). Elas foram conseguidas com muita luta, sangue, lágrimas e perdas e tiveram a sua importância. Mas isso não pode nos deixar confortáveis. Nossas garantias já conquistadas  sofrem ameaças todos os dias e ainda há muito a ser feito! 

Ser mulher é resistir. 



Eu queria dizer pra gente ter esperança. Mas esse item é muito abstrato e é sempre muito difícil de obter.
 
Então, nesse Dia Internacional da Mulher, eu desejo que a gente possa forjar o nosso coração para a resiliência diária de resistir e nos capacitar para a luta que temos de travar por nós mesmas e pelas nossas companheiras.



Espero que dias melhores cheguem e que as próximas gerações de meninas e mulheres possam desfrutar de dias melhores!

Fiquem todos bem. Se protejam. 

E vamos continuar a nossa luta! 

Avante!

Cya,

Thaís Parméra  - @ciberstar

**Links das outras postagens** 

É só clicar nos títulos abaixo:




quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A onda de lives: Lives, but no lives!

Olá pessoas e seus amigos imaginários!

Não, isso não é uma miragem. 

Sou eu mesmo, Thaís Parméra, ressurgindo das cinzas acadêmicas do doutorado.



Eu sobrevivi! *Não só a 2020, mas ao doutorado em si*



Eu poderia falar das esperanças do raiar de um novo ano. Mas se você acompanha esse blog *de postagens pingadas, mas ainda assim muito legais* vocês sabem que não vão encontrar isso. 

Eu sempre relembro as guerras ativas atualmente e faço um retrospecto da maldade humana. E é isso mesmo. Nunca há nada de novo no mundo. Só que com a Covid19 e com toda a barbárie institucional e o retrocesso que temos enxergado no nosso país e no mundo. 

Há muito o que dizer e há muito o que lamentar. 

Mas eu quero falar de um fenômeno muito doido da quarentena que começou com uma ideia boa de aglutinar pessoas no isolamento e trazer conforto, mas que acabou virando um pequeno pesadelo.

Lives. Sim. Lives. 

Aquelas transmissões de shows, palestras, conversas e conteúdos das redes sociais. 

A ideia é boa, veja bem. Muitas ideias apesar de boas, podem ser opressoras. 

Eu digo isso pq teve um momento da quarentena em que a profusão de lives era tanta, mas tanta que eu e outras pessoas foram soterradas pelos conteúdos e era humanamente impossível acompanhar tudo ao mesmo tempo. 



O que é bem louco pq naquele momento do alto isolamento, em que a gente também não sabia muita coisa *Não que hj a gente saiba muito* e que não havia qualquer esperança *Eu sei, vamos baixar a bola pq a vacina ainda não tá aí pra gente*, o mundo estava suspenso.



O mundo já ficou de pernas pro ar antes. A humanidade também já passou por momentos difíceis. Mas dessa vez, graças a globalização, todo mundo passou pela mesma coisa *mesmo que em graus diferentes* ao mesmo tempo e o mundo teve de puxar o fio da tomada. 

E sabe o que aconteceu?

A maior parte das pessoas deu uma surtada muito louca de "como aproveitar o tempo da melhor forma possível e ser produtivo ao máximo". Eu recebia 7 a 8 convites para assistir lives profissionais por dia fora as lives de conteúdos artísticos e de entretenimento. 


Me pareceu que as pessoas não queriam  pensar no que estava acontecendo, na dimensão da dor e do estarrecimento do momento. Faltava aceitar o fato de que a humanidade poderia contemplar e refletir a cerca de si mesma, do seu papel diante da natureza e do mundo.



A  humanidade parecia um avestruz diante do perigo da seleção natural. Nós não somos tão importantes. Nunca fomos. 

Mas as pessoas realmente vivem como se mandassem no universo, como se tudo fosse seu por direito e que a sua existência fosse totalmente essencial para a natureza *Imagine só a arrogância*

**E como tudo sempre pode piorar, as pessoas resolveram agora largar as lives e SE AGLUTINAR AO VIVO EM AGLOMERAÇÕES SEM SENTIDO. Mas isso, é papo pra outro post. Segue o fio abaixo**

E nos afogamos em lives. Veja bem, as lives são uma iniciativa muito boa. Eu até participei de uma como palestrante e foi tudo muito proveitoso. Mas a gente precisa mesmo lotar todo o nosso tempo e perder a dimensão da nossa história? 


Vocês pararam para pensar que:



- Estamos fazendo parte de um momento histórico

- O mundo inteiro está passando pela mesma coisa ao mesmo tempo

- Parte desse momento compartilhado só é possível pela globalização e pela velocidade das trocas de informações, dados e experiências

- Até agora a gente, como espécie, conseguiu driblar a seleção natural, mas talvez a nossa "sorte" *conseguida pela Ciência e tecnologia* possa ter acabado e que FINALMENTE a Natureza possa existir sem a nossa enfadonha participação

- Nossos registros da nossa vida, morte e cultura podem virar somente uma ruína que será reintegrada pela dinâmica da natureza e do ciclo do nosso planeta e que ao longo do tempo geológico seremos somente um registro ínfimo.

E DIGO MAIS:

E se a nossa existência que é tããããããão complexa e racional culminar para um momento muito legal de consciência da própria  finitude?

E já pensou que a gente perdeu esse momento contemplativo de questionar sobre si e seu papel na humanidade e na natureza ASSISTINDO 9398094098943 LIVES pq "não tô a fim de pensar sobre isso tudo agora", como um caso clássico de paciente que foge do "cheque mate" de um analista.


Eu sei que eu tirei um tempo, dentro dos meus prazos e meus desesperos internos, para avaliar isso tudo. 

Eu olhei da minha janela (literal) e vi a vida dos humanos dando uma pausa enquanto que a natureza respirava sem a nossa pressão hipócrita "sustentável". 

Eu consegui escutar o vazio das ruas que se fizeram madrugada durante o próprio dia e eu vi a finitude. Eu sei, não fui a única. Na própria história humana outras pessoas já contemplaram a finitude em quarentenas e pandemias.




Eu sei que muita gente trouxe conquistas pessoais e conseguiu coisas boas na pandemia. Mas a gente não pode esquecer os cadáveres que existiram e que ainda vão existir, pq essa pandemia ainda vai demorar para acabar. A dimensão dessas perdas equivale a de guerras que duraram várias décadas. 

E se a gente não consegue refletir sobre isso e anestesia o condão de reflexão do que nos faz ser humanidade ... 

Ainda somos humanos de verdade?



Eu tenho medo da onda de lives. Não pela aglutinação do pensar, mas pela anestesia das dores, por fechar as cortinas e por colocar uma fuga divertida dos horrores que vivemos. 

Do que adianta "lives, but no lives"? 

Afinal ... só o Brasil tem mais de 200 mil mortos. Nadamos nas mortes e a desumanidade do que temos vivendo tem nos abraçado. 

Talvez isso faça parte da ditadura "good vibes only" onde não há espaço para a tristeza, para a melancolia e a reflexão. 

Good vibes: Essa necessidade *esquizofrênica* autoritária de dizer que está tudo bem, que faz uma paralela do mundo real.  

Não está tudo bem. Tem gente morrendo no mundo todo ao mesmo tempo pela mesma causa. 



Mas isso, é assunto pra outro post.

Permaneçam vivos, permaneçam fortes, pensem o mundo.

Seja bem-vindo 2021. 

Espero que você não seja um 2020 parte 3. 

Mas, é daquele jeito: Zero expectativas. 

Cya!

Thaís Parméra 


 


sexta-feira, 17 de abril de 2020

Muito mais que uma Pandemia: Um Pandemônio

Olá pessoas e seus amigos imaginários!

Tudo bem com vocês?

Eu sei. Essa pergunta chega a ser uma anedota cruel diante do cenário apocalíptico em que nos encontramos. 


Pautada nesse absoluto caos em que nos encontramos, resolvi suspender *momentanemanete* as minhas atividades acadêmicas *tão cruéis e castradoras* para podermos abordar algumas questões urgentes.

Vivemos em um mundo cruel e eu nunca, jamais, em tempo algum dourei pílula diante disso neste blog. Milhões de pessoas  experimentam em doses diárias e intermitentes a perversidade do sistema estrutural em que vivemos de exploração, desigualdade e opressão. 



Eu sempre lembrei aqui que o mundo quase nunca está em paz, que essa Paz tão aclamada em réveillons no mundo todo é uma piada de muito mal gosto pq ela nunca é universal. Nós brindamos a nós próprios em uma alucinação coletiva  esperando que as coisas fiquem bem e que todos serão *insuportavelmente* felizes.



Eu não vou me repetir, eu falo disso aqui há anos. Mas é tudo uma fantasia muito conveniente com a nossa cegueira seletiva e muda a cerca do mundo e das pessoas que realmente sofrem ... TODOS OS DIAS enquanto vivemos as nossas vidas perfeitas e "good vibes".





Anyway ... Estamos em um outro contexto que agora abarca todo mundo e desnuda nossa coletividade: Uma Pandemia.



Ora, veja bem, NADA de novo sob o sol. A humanidade sempre passou por pandemias e morte em massa. Mas essa periodicidade que nos força a testar os limites da nossa subsistência como espécie não pode deixar calar que nós cultivamos  uma iniquidade social despudorada e que agora passa ao vivo, online, full time pra todo mundo ver ao mesmo tempo.


A única forma de não saber sobre o que está acontecendo é você ser um eremita totalmente desprovido de tecnologia e contato social e nesse caso, e somente nesse caso, talvez você esteja a salvo por um breve espaço de tempo. 
*Nunca acreditei no velho ditado "A ignorância é uma benção". Eu acho que ela é uma maldição e é especialmente perigosa.Mas nesse caso, não saber e se isolar pode acabar sendo uma singela vantagem não por não saber, mas por se isolar*



Provavelmente todos nós estamos ferrados em maior ou menor grau. 

Estamos nadando na lama uma vez que a iniquidade e a maldade, que sempre foi uma constante na história da humanidade e que normalmente se disfarça em momentos de crise, agora resolveu dar as caras e ri em sua intransponibilidade. 

Dessa vez ela é imponente, altiva, irônica e se baseia em um fator extremamente forte e aterradora: o ódio.

O ódio também não é novo na história da humanidade. Talvez a gente *ou pelo menos eu* tenha sido ingênuo de mais em acreditar que depois de tanta coisa, de tanto conhecimento, de tanta informação... seríamos civilizados. 

Mas realmente, como acreditar em um processo
civilizatório que se baseia na exploração do trabalho, na opressão, na desigualdade e, invariavelmente, na maldade?



É uma doença, eu sei. O vírus não é um agente do mal. Ele é só... um vírus e nós somos uma espécie. Seleção Natural acontece.



Shit happens. 



Mas quando as mortes ultrapassam o sentido natural *no sentido de que todos morrem* e passa a ser uma escolha, uma política, uma máquina que repousa em uma escolha propositalmente alienada arrogantemente burra e que está no poder?



Eu me recuso a chamar os poderosos de loucos. Isso é um insulto aos loucos. Loucos estão descolados da realidade. No sentido ironicamente bíblico "eles não sabem o que fazem". Dessa vez eles sabem muito bem o que fazem e não satisfeitos em tentar solapar sistematicamente as liberdades, os direitos, a esperança, os sonhos, as artes ... agora atentam contra a própria  vida em seu sentido mais básico: A existência em sua carne, em sua matéria mais bruta e essencial. 



As políticas de ódio que odeiam os diferentes, os pobres, as mulheres, os negros, a comunidade LGBTQI+, os artistas,
os intelectuais, os cientistas, os professores, os disruptivos são o que sempre foram. Só que agora temos o nosso  próprio e pessoal holocausto onde o  dinheiro, o capital, a economia se sobrepõe a simples vida comum e pouco se importa em descartar corpos em uma sistemática de "tanto faz, tanto fez".



Qual o universo amostral aceitável de mortes? Uma morte já seria o suficiente para mobilizar uma nação, o mundo. Mas não o nosso. A pauta em questão não referenda o potencial  mortífero de um vírus diante da nossa fragilidade fisiológica e caduca.


A questão reside no fato de que diante de tudo que já temos conquistado como humanidade (tecnologias, modelos matemáticos, a boa e magnífica ciência, o conhecimento, as informações, estatísticas, artigos e debates da comunidade científica global), mortes poderiam ser evitadas.


Infelizmente a ideia dos poderosos nunca foi essa. Mas ter de encontrar todos os dias, na minha casa, pelas minhas variadas telas um genocida com faixa presidencial é de amargar a alma. 



E pensar que hoje eu passo a mesma coisa que as gerações que vieram antes de mim e que passaram pela ditadura também tiveram esse mesmo desprazer de encarar no panteão da política os ditadores, opressores, torturadores e assassinos. E da mesma forma que meus antepassados assistiram atônitos aos aplausos dessa mesquinhez e maldade pomposa e estúpida, eu também agora escuto os fogos, os comíssios,a festa dos cidadãos comuns diante do "mito" que pretende arrastar a todos nós para a mesma cova comum.




Talvez a normalidade da maldade destilada no nosso cotidiano tenha anestesiado a nossa necessidade de luta.

Talvez, depois de tanto sofrimento dos nossos pais e avós, nós tenhamos nos permitido relaxar e achar que "pls, isso nunca mais
vai acontecer" e ficamos "good vibes" porque "não é nosso problema". Mas quando as mortes passarem a ter um nome, um rosto, uma voz, uma história... quando ela encostar em você... Talvez já seja tarde demais.



E é com esse pequeno manifesto de repúdio a atual postura nacional e global que compactua com líderes genocidas em nome  de salvaguardar a economia e que tenta trazer um tom de calmaria diante da barbárie de ações que descartam pessoas,  aniquilam famílias e literalmente matam... 

Eu inauguro as postagem de 2020 do blog Utopia Cibernética. 

Fiquem em casa. Lavem as mãos. Se isolem das pessoas, mas não do mundo e nem das notícias. 



Sejam conscientes. Salvem vidas.








Cya 

Thaís Parméra  - @ciberstar

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Eleanor H. Porter e o Jogo do Contente: O olhar que mudou o mundo para sempre!

Olá pessoas e seus amigos imaginários!

Tudo bem com vocês?

Preparem-se: Estou retomando um projeto meu que é falar dos meus autores favoritos.





Dessa vez eu trago pra vocês ninguém menos do que Eleanor H. Poter *Não. Não é aparentada do Harry Potter*. 




Ela foi uma autora muito importante na minha vida. Principalmente quando eu tinha 10-11 anos e estava na fase de amar autores norte-americanos do final do século XIX-XX. Você com certeza já ouviu falar de uma das obras mais famosas dela: Pollyana e Pollyana Moça. 

É um clássico dos clássicos  da literatura juvenil mundial que é reeditado ininterruptamente há mais de 100 anos.

Mas quem foi essa distinta mulher-escritora-revolucionária?




O nome inteiro dela era Eleanor Hodgman Poter *Mas o nome de solteira original era Eleanor Emily Hodgman e ela teve um pseudônimo chamado Eleanor Stewart*.

Ela era natural de uma cidadezinha nas montanhas (White Mountais) chamada Littleton em New Hampshire *Ali entre Vermont e o Maine, pertinho do Canadá* e nasceu em 1868, OU SEJA, no meio do séc. XIX onde as mulheres não eram vistas como capazes de terem uma carreira, inclusive na escrita.




Eleanor era filha única e começou na Arte ainda criança. Seus pais (um farmacêutico e uma dona de casa que passou a maior parte da sua vida inválida) notaram que ela era musical e ela, além de ter música na escola pública, começou a ter uma criação musical com tutores e treinou boa parte da sua vida para ser uma cantora. 




Ela teve de interromper os seus estudos do que hoje chamamos de "ensino médio" por ter uma saúde muito frágil. Mas depois ela recuperou a saúde ela voltou a estudar com tutores particulares e conseguiu entrar para o "New England Conservatory of Music" em Boston e conseguiu fama e uma carreira de destaque se apresentando em concertos durante boa parte da sua vida. Ela amava um palco, senhoras e senhores.




Mas como assim ela se tornou escritora? Bem, ela escrevia poemas desde criança. Mas ela só foi se aventurar na nobre carreira de escritora no final do séc. XIX e início do XX, depois que ela casou com John Lyman Porter (um empresário de Boston) em 1892 (ela então tinha 23 anos). 





Ele alcançou a presidência de uma empresa ("National Separator and Machine Company"). Isso fez  com que o casal se mudasse bastante durante uma década ao longo dos leste dos EUA (Springfield, Vermont; Chattanooga, Tennessee; e New York) até que eles se estabelecessem em Cambridge, Massachusets onde eles ficaram cuidando da mãe de Eleanor.

Na literatura, tudo começou com pequenas histórias de ficção que foram impressas em jornais e revistas literárias como a "Woman´s Home Companion" e a "Harper´s Weekly" *essa
prática de publicar em jornais e revistas literárias eraalgo muito comum até meados dos séc. XX*.





Muitos grandes escritores começaram assim e também nos chamados folhetins *Era uma forma de ser conhecido como autor e fazer com que as suas histórias fossem lidas por um grande número de gente*. Há registros que ela escreveu aproximadamente 200 contos, muitos com o pseudônimo de Eleanor Stewart. Alguns desse contos acabaram depois virando 6 coletâneas de escritos.




Depois de enveredar nas histórias curtas, ela começou a apostar nos romances *as chamadas "american novels". Ela começou em 1907("Cross Currents") e não parou mais até o ano da sua morte (1920). 




O seu primeiro grande sucesso foi em 1911 com "Miss Billy" (1911). Ela se tornou altamente produtiva, escrevendo até mais de um romance por ano. Ela se tornou bem popular. Escreveu romances adultos e juvenis que arrebataram o coração da sociedade americana da sua geração *atente para o fato de que ser uma escritora mulher de romances ser reconhecida pela sociedade era algo MT raro e MT disruptivo*.

Apesar de ter passado a apostar em romances, ela nunca abandonou os contos!!

Romances:

Cross Currents (1907)
The Turn of the Tide (1908)
The Story of Marco (1911)
Miss Billy (1911)
Miss Billy's Decision (1912)
Pollyanna (1913)
The Sunbridge Girls at Six Star Ranch (1913)
Miss Billy Married (1914)
Pollyanna Grows Up (1915)
Just David (1916)
The Road to Understanding (1917)
Oh, Money! Money! (1918)
The Tangled Threads (1919)
Dawn (1919)
Mary Marie (1920)
Love and Kate (histórias, 1925) - Publicação póstuma

Mas sem dúvida o romance que a fez explodir foi Pollyana (1913) que foi seguido de uma continuação igualmente magnífica que é Pollyana Moça (1915). Apesar de ter alcançado um sucesso tremendo com esses dois romances, ela também teve outros livros adultos que foram best-sellers nos anos seguintes como Just David (1916); The Road to Understanding (1917) e Oh Money!Money!(1918).





O que fez de Pollyana ser um sucesso tão grande?

Ele foi escrito com o coração e com uma sensibilidade absurda que consegue falar a alma de diferentes gerações há mais de um século!




A história de Pollyana, a orfã otimista que muda a vida de todos ao seu redor com a sua inocência e honestidade é sempre uma inspiração para todos que leem o livro e é capaz de nos proporcionar uma perspectiva nova e impactante diante da realidade que nos cerca.

Exatamente por isso, por conseguir conectar diferentes públicos, o romance se tornou um sucesso popular e de crítica nos EUA e acabou conquistando o mundo ao longo do último século. 

O impacto foi tão grande na sociedade americana e ocidental que até hoje, passado mais de cem anos, dizer "Pollyana" no sentido de nomear uma atitude positiva ou de mencionar o "Jogo do Contente" resgata em todos nós um sentido, um valor, um significado de otimismo mesmo para quem nunca leu o livro! 

TODO MUNDO já ouviu falar o nome Pollyana alguma vez na vida. E meus caros, se isso é um sinal de sucesso como escritor eu não sei mais o que é. 

Eleanor conseguiu se embrenhar no inconsciente coletivo da sociedade após tantos anos e alcançou a eternidade na literatura que é buscada e almejada por qualquer escritor que já existiu na face da Terra: Integrar-se de forma irreversível a cultura popular mundial. Poucos escritores conseguem isso quanto mais para uma MULHER ESCRITORA do início do século XX.




Na época da sua publicação, foram criados "Pollyana´s Clubs" por todos os Estados Unidos. Não a toa o enredo acabou virando peça teatral (primeira vez em 1916), inclusive da Broadway. 






O livro também foi adaptado para virar roteiro de diversos filmes. O mais famoso foi feito magistralmente pela Disney na década de 60 e que acabou ganhando um Oscar especial para a atriz do papel principal (Hayley Mills).





Não satisfeita, Eleanor ainda escreveu uma bem sucedida continuação chamada "Pollyana Moça" (Pollyana Grows Up). Muito bem escrito e muito coerente no desenvolvimento do personagem principal. Também foi e é um grande sucesso da literatura mundial sendo reeditado há mais de um século juntamente com o título original.

Porter sempre trabalha com personagens que procuram fazer do mundo um lugar melhor e acabaram refletindo aspectos da sua infância em New Hampshire, sua doença na juventude e seu amor pela música.

O obituário da sua morte mostra que até o fim ela planejava continuar escrevendo e inclusive estava planejando uma viagem com o marido para fazer uma pesquisa de campo para futuros trabalhos. Ela faleceu precocemente em função de uma tuberculose e em plena maturidade literária em 1920 em Cambridge, Massachusetts com 52 anos.

Mas todos os fãs que leram os seus livros sabem que ela se tornou eterna e conseguiu em vida se tornar uma das mulheres mais memoráveis da história conquistando uma distinção internacional como uma das mais importantes escritoras mulheres do século XX.
Ela conquistou seu espaço entre uma sociedade muito machista que não necessariamente aceitava escritoras mulheres a não ser que elas "só pudessem escrever para mulheres". 

Havia um gênero literário especificamente
feminino que era considerado pela crítica uma sub-literatura porque mulheres eram "seres frágeis" e muitas vezes "incapazes" de ler outro tipo de literatura.





Outro destaque da vida de Eleanor é que em uma época onde as mulheres só tinham a opção de serem boas esposas e donas de casa, ela conseguiu seguir com os seus interesses e conseguiu ter uma carreira própria na Arte primeiramente na música e depois na literatura.

Ela conseguiu reconhecimento nacional com o prêmio de "Notable Woman of New Hampshire" em 1990 pela "National Organization of Women".
Mas em vida ela integrou sociedades literárias *que normalmente eram dominadas por homens* como "Boston Author´s Club" e a "Author´s League of America". 





Apesar de ser uma das escritoras mais importantes do século XX, as informações sobre Eleanor são muito escassas, mesmo na Internet. Apesar disso, ela continua ser uma mulher memorável, empoderada e magnífica! Ela era uma das escritoras favoritas da Thaís de 10 anos e continua a ser até hoje.




Acho que todo mundo deveria ler Pollyana! É uma pena que os outros livros que a Eleanor escreveu não foram traduzidos para o português. Eu adoraria lê-los! =]

Espero que tenham gostado e que vocês se sintam inspirados a ler os dois livros de Pollyana e terem as suas almas tocadas e transformadas. 




Eu encaro esses livros como dois bons e eternos amigos e eu sei que eu os lerei várias vezes ao longo da minha vida. E pensar que há mais de 100 anos esse livro continua a tocar e a transformar a percepção de tantas gerações é algo tremendamente magnífico e mágico!

Tomara que um dia eu também consiga a mesma coisa como escritora. Seria um sonho!




Cya!!

Thaís Parméra - @ciberstar




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